SALVE, BOTEQUIM!

Reduto de tudo o que é bom, ponto de encontro de amigos, casados ou solitários em busca de novos encontros ou oportunidades esperançosas que “tampem” o buraco no peito. Ele está lá – todos os dias à espera (glorioso) com suas tulipas brancas em neve, cervejas em ponto de bala e aperitivos prontos para serem devorados. E tem mais opções, tudo sempre ao gosto do freguês.
Xô stress! É hora de relaxar e entrar em sintonia com o mundo boêmio; um mundo encantador e com vida própria. Praticamente auto sustentável e que nunca tem pressa em dizer adeus. E porque faria isso já que a correria ficou ao término do expediente?
Encontra-se gentileza, bom papo, cordialidade e, mais uma vez, ela – a “loura” estupenda – a camaleoa (como ela consegue essa mutação? De quente a gelada, de loura a russa). Como seria bom se pudéssemos trabalhar todos os dias nele. Participar de reuniões e tomar decisões nele. Fazer entrevistas, responder aos e-mails e analisar relatórios nele. Sem falar nas chatices que os chefes inventam – seriam aturadas nele. Problemas em casa, filhos, sogras, dívidas, - tudo harmonizado como num passe de mágica – nele.
As horas passam e nem se sente. Os devaneios, o imaginário, os sonhos e pesadelos se consolidam ou são dissipados instantaneamente. Essa magia é encantadora e impregnante e quando chega a hora de ir embora, a tristeza do início pensa em retornar e o que te consola é saber que ele sempre estará no mesmo lugar e não pode escapar.
Tudo é mais bonito nesse encontro, mais fácil e sem empecilhos, especialmente ao som de Zeca, Bezerra, Ivone e Fundo de Quintal. E não se preocupe, pois o espaço é democrático e podemos encontrar Legião, Reginaldo e Elton. Tudo, de preferência, muito bem regado e temperado; sardinha, bolinho de bacalhau, torresmo e salame.
Assim a vida se torna mais leve e descontraída. Salve a simpatia, salve a amizade, bom humor e a conversa fiada. A alegria é a lei e relaxar é obrigação. Salve todos que fazem dele o ponto de encontro da vida. Bendito seja o templo dos oprimidos. Salve nós, salve o Botequim.



LUIZ GABRIEL TIAGO

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