Artigo: Você é ciumento (a)? Luiz Gabriel Tiago - Sr. Gentileza.

Todo mundo, uma vez que seja já sentiu ciúmes de alguém ou de alguma coisa. Esse sentimento é muito comum entre as pessoas e, muitas vezes, acaba causando alguns transtornos incorrigíveis.
Até os animais sentem ciúmes, porque eu não sentiria? Não pretendo aqui dizer que é condenável sentir ciúmes, pois eu mesmo me considero ciumento, mas quero alertar que é importante saber separar o joio do trigo e que, quando ele vem, pode ser simplesmente por motivos criados em nossa cabeça e sem fundamento.
Nem sempre estamos imunes a ele, principalmente se nossa autoconfiança estiver abalada ou não acreditamos em alguma pessoa.
Alguns autores dizem que o ciúme pode melhorar o relacionamento entre os casais, amigos e familiares, aumentado a valorização do sentimento e incrementando a relação. Sim, concordo com isso desde que haja moderação e ponderação por parte da pessoa ciumenta, além de entendimento, compreensão e muita paciência da outra parte. Se não for dessa forma, acaba se tornando uma patologia e o caso acaba parando na psicoterapia. Ambas as partes sofrem, quem sente e o alvo.

SENTIMENTO DOS OUTROS

Quando alguém sente ciúmes da gente, no início parece agradável já que demonstra “amor” ou cuidado. Acabamos alimentando isso por acreditar que a outra pessoa nunca vai extrapolar o bom senso. Esse é um grande erro, pois não se pode brincar com o sentimento de ninguém.
Mas o que isso tudo tem a ver com as empresas? Será que uma coisa está ligada à outra? Muitos me dizem que é impossível sentir ciúmes do colega de trabalho ou de alguém dentro do ambiente profissional, que esse sentimento não faz parte da rotina de um profissional. Não sei não.
De acordo com o comportamento de muitos acabo acreditando que ele (o ciúme) está presente sim, com força total e provocando a ira de muita gente, muito mais do que se pode imaginar.
As pessoas se revoltam porque não conseguiram atingir os resultados planejados, outros não entendem e se enraivecem porque alguém foi promovido e não merecia, ganhou o bônus na participação dos lucros ou aproveita esse sentimento para promover intrigas ou motins.
Sabe aquela vaga de promoção que você tinha certeza que seria sua? De repente ela é preenchida por outro colega ou um profissional de fora é contratado para a posição em aberto. Sim, além da inveja que pode sentir, sente-se enciumado pela indicação que considerava sua. Praticamente tinha certeza disso e já fazia planos com o aumento de salário (rsrs).

MOMENTO DE PARAR

Na verdade, o ciúme potencializa as emoções, gerando tanta coisa ruim, que precisa ser controlado e, às vezes, tratado. Se for usado de forma consciente, pode te motivar a conquistar uma determinada coisa, exercer poder sobre ela ou se transformar. Lembrando: é fundamental saber o momento de parar, de se controlar e usar o bom senso. As pessoas, com o tempo, se desgastam e não suportam mais conviver com um chato ciumento.
Tanta coisa que sabemos sobre ele (o ciúme), pois o sentimos constantemente, mas quase nunca fazemos uma reflexão sobre suas consequências. É verdade que ele está presente dentro de casa, em especial nos relacionamentos amorosos, mas está lá no escritório, no departamento em que trabalhamos ou em momentos diversos.
Sempre almejamos alcançar alguma coisa, queremos conquistar a ascensão a todo custo e nem sequer percebemos que fomos acometidos por um sentimento incontrolável - a inveja de um colega, de um líder e às vezes a decepção com a gente mesmo. Como disse Caetano Veloso na letra da música “Sampa” – “É que Narciso acha feio o que não é espelho”.
Por causa do ciúme, perdemos o foco com nossa própria vida e perdemos todo o nosso tempo tomando conta da dos outros, valorizando cada vez mais evidências que criamos em nossas cabeças de prováveis e imaginárias infidelidades.
Já desconfiamos sim de alguém dentro da empresa. Desconfiamos de roubo, de alterar informações, de omitir dados e valores e de várias outras coisas por causa de uma grande insegurança interna. Quem nunca achou estranho quando seus colegas não te esperam para almoçar juntos já que era um hábito? Será se houve alguma coisa? Será se eu fiz algo de errado? Na verdade, costumamos culpar os outros e deduzir que já estão contra você por mera implicância ou qualquer outro motivo banal.

BAIXA AUTOESTIMA

O ciúme pode ser uma baixa autoestima e falta de amor próprio. Então reforço a necessidade de cuidar da própria aparência, investir em conhecimento, zelar pelos bons relacionamentos e ser feliz. Para enfatizar esses conceitos, afirmo que só quem confia em si mesmo é capaz de confiar nos outros.
Procurar aumentar sua autoestima é uma forma de se sentir mais seguro. Pode ser que a imagem que tem de si próprio esteja abalada, deturpada e não consiga enxergar a beleza do mundo.
Verdade seja dita: será que a falta de credibilidade em alguém não é uma autoafirmação de fragilidade emocional e comportamental? Repensar isso pode ser um caminho seguro em busca de uma resposta plausível e contundente, pois quem tem amor a si próprio não precisa temer qualquer rival.
Não dá para esperar o tempo se encarregar de “provar” o que não existe e simplesmente acreditar na imaginação fértil de infidelidade.
O ciúme está relacionado ao Complexo de Édipo mal resolvido, ou seja, quando o relacionamento de um filho com a própria mãe não cria uma identidade genitora-gerado.
Acreditar em sua força interior e em sua garra é imprescindível para chegar lá.

DESARME-SE

Cuide-se, não tenha medo de inimigos imaginários, não se arme o tempo todo contra as pessoas e passe a acreditar mais.
Permita que outras pessoas possam se aproximar de você e mostrar suas qualidades. Não julgue, não crie obstáculos para uma aproximação e se deixe influenciar por coisas boas e não boatos, discórdia e fofocas.
Dê um voto de confiança aos colegas, amigos, familiares e creia mais em seu potencial.

Antes de desconfiar de alguém, se pergunte se vale à pena insistir em algo duvidoso ou se é melhor e mais vantajoso direcionar toda a energia e adrenalina para ter sucesso e paz na sua vida, plena como um todo.

Seguem algumas dicas para driblar o vilão do ciúmes:

- Tente acreditar mais nas pessoas ao seu redor. Dê um voto de confiança.

- Procure controlar seus acessos de ciúmes em público – nem pensar em dar vexames.

- Converse com o(a) parceiro(a) e esclareça qualquer dúvida de comportamento.

- Não pense que as pessoas vivem para te boicotar ou trair, mesmo na empresa em que trabalha.

- Sua autoestima é importante. Valorize-se e não crie rivais.

- Nascemos para nos relacionar com os demais. Ex-namorado(a) também pode se tornar um(a) amigo(a) sim.

- Caso não seja esperado para um almoço com colegas de trabalho, não imagine coisas ou pense que existe um motim contra você.

- Avalie sua conduta e veja se não errou em alguma coisa.

- Não procure vestígios em bolsos, bolsas, carteiras ou no celular de ninguém. Confie no seu “taco” e não bobeie.

Confie. Acredite. Vença. 

Abraços,

Sr. Gentileza

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