HUMANIZANDO E PROMOVENDO A GENTILEZA. Texto de Luiz Gabriel Tiago @senhorgentileza

Sempre pensamos que estamos prontos para tudo na vida e, principalmente, que sabemos o suficiente para resolvermos nossos problemas. Quem nunca se pegou dando conselhos a algum amigo e se sentiu o mais experiente (como sempre)? Essa ideia é muito natural, pois sempre passamos por atribulações que acabam fazendo com que a gente amadureça e aprenda pelo pior meio, que é o sofrimento.
O importante nisso tudo não é se sentir o maioral e o onipotente; é saber aproveitar as mensagens que a vida deixou e (re) aprender com os desafios. Pois é, cada dia que vivemos é como se fosse um grande enigma a ser decifrado. E se pararmos pra pensar, podemos enlouquecer.
Subtrair as tristezas e maximizar os momentos felizes é fundamental para o equilíbrio emocional e estabilizar nossas almas.
Devemos encarar todas as horas como desafiantes a nossa inteligência e como teste de sobrevivência.
Longe do pessimismo, quero enfatizar que nada sabemos até experimentarmos.
Temos que vivenciar e provar das alegrias, frustrações, vitórias e derrotas. Para muitos que têm esclarecimento e discernimento, perder pode significar uma vitória. Sabe aquela coisa do downsizing que aprendemos nos livros e que é bastante atraente? Significa que muitas vezes precisamos perder literalmente para podermos recomeçar e fazer uma reavaliação de nosso comportamento e se estamos de acordo com nosso plano e sonhos traçados para o futuro.
Essas considerações são minimalistas e bastante egocêntricas, claro. Consideramo-nos os mais sofridos de todos os mortais e os nossos problemas sempre são os maiores do mundo. Mas, bem lá no fundo, sabemos que isso não é verdade. Pra ser bastante realista e desprovido de pragmatismo, nossa realidade é bastante diferente da dos outros.
Um dia conheci uma pessoa que me relatou seus problemas e fiquei estarrecido. Classificava-me como o mais sofrido dos mortais e, de repente, mudei de opinião e tive que refletir sobre a felicidade. Aliás, refleti sobre a tristeza que eu não sentia. Era feliz e não sabia. Aproveito para retificar: sou e sempre fui feliz. O otimismo é minha segunda pele hoje. Não posso e não sei viver sem ele mais. Acredito fielmente na capacidade de transformarmos nossas vidas e mudarmos o curso do destino, pois só temos dois caminhos a seguir: ou nos entregamos (pode ser um caminho sem volta) ou damos a volta por cima (é muito bom).
Outra coisa que aprendi (e pude comprovar isso) é que existem pessoas que têm muito mais experiência e sabedoria que a gente pensa. Como as pessoas amadurecem e aprendem com a própria vida! Os problemas dos outros não podem ser vividos e apreendidos por nós e vice-versa, mas como é interessante e mágico internalizar e ouvir conselhos sérios e comprometidos com o bom caminho.
As empresas estão exigindo cada vez mais de seus profissionais colaboradores e a pressão aumenta consideravelmente – sempre. Alcançar os resultados e ultrapassar as metas são quesitos decisivos pela manutenção de uma posição dentro da corporação. Mas isso, até então, não seria motivo para que os seres humanos se distanciassem uns dos outros e rivalizarem como se fossem gladiadores num dia de fúria. A não ser que algo de errado aconteça internamente e promovam essa instância de discórdia e desunião.
Na maioria das vezes os erros não são dos procedimentos ou das normas exigidas pelas empresas. Pelo contrário, muitas delas se preocupam com essas questões e pretendem humanizar o espaço de trabalho e beneficiar suas equipes da melhor maneira possível. O problema vem dos seres humanos que ali ficam oito, dez, doze ou mais horas diárias – e não precisam, necessariamente, ocupar cargos de chefia ou liderança. Podem se sentir sobrecarregados e começarem a negligenciar sua postura perante as outras pessoas.
A falta de diálogo (sincero) e a ambição fazem que com a concorrência seja injusta e essa busca (por não sei o quê) desenfreada por um lugarzinho ao sol.
Todos querem chegar lá e não sabem como fazê-lo. Esquecem-se de que a competência e dedicação são fundamentais para isso e que, ao invés do estresse, deveriam ter confiança para poderem sobreviver nas corporações.
Bons profissionais sabem que o reconhecimento é adquirido com bastante comprometimento, estudo e persistência e, além de tudo, muita ética e dignidade. Esses valores são fundamentais para o crescimento íntegro e verdadeiro dentro e fora do local de trabalho. Os esforçados de verdade não precisam se preocupar. O próprio mercado se encarrega de fazer a seleção e exterminar as ervas daninhas.
Com o tempo passamos a ver que as pessoas são capazes de qualquer coisa para alcançarem seus objetivos. Fazem e falam o que querem em qualquer momento ou circunstância. Não se preocupam com os colegas e “atacam” a todo instante. Armam ciladas ou motins, além de formarem grupos para “minar” os bons profissionais. As palavras e os discursos têm que ser bem dosados para não causar raiva e incômodo no ambiente de trabalho, pois podem ferir e comprometer o rendimento dos colaboradores - líderes ou liderados.
O jogo nunca estará perdido se tivermos paciência e considerarmos a velocidade absurda que as informações circulam, afinal estamos num mundo globalizado e supostamente civilizado. Todos que são empenhados precisam acompanhar as orientações pontuais e a avalanche de “sugestões” que são impostas.
A boa educação e o caráter deverão ser utilizados como guias para a boa conduta e nortear aqueles que realmente desejam vencer com dignidade e competência. Esse último – o caráter – deve ser acompanhado pelos gestores para que ninguém seja corrompido e integrado ao grupo do contra. As virtudes e qualidades geralmente são deixadas de lado quando algum indivíduo almeja “vencer” algum desafio e não se preocupa com ninguém que esteja a sua frente.
Portanto, defendo o profissional completo, ou seja, aquele que é competente tecnicamente, é capaz de racionalizar emocionalmente e tem a habilidade de se colocar no lugar do outro.
Acabamos nos tornando imunizados ou anestesiados com as dificuldades e pedras do percurso. Os problemas estão aí e devem ser resolvidos e não dá mesmo para fugir deles.
A mensagem que quero deixar é de otimismo e paz. Pretendo transmitir a segurança interior e capacidade que cada um de nós tem em mudar as coisas. Podemos e devemos fazer as melhores escolhas e não ter medo de errar. Acertar sempre seria excelente, mas infelizmente só aprendemos quando erramos.

LUIZ GABRIEL TIAGO
twitter.com/senhorgentileza

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