Artigo: Liderança Gentil e a Felicidade no Trabalho.

Mandamentos das empresas no século XXI: investir no seu capital humano, acreditar nos valores de cada um dos seus profissionais, capacitá-los, incentivar a prática da gentileza, respeitar e tolerar as diferenças. Como podem notar, o ambiente profissional é determinado por pessoas e essas são as responsáveis por manter a harmonia tão desejada. Questões de ordem prática são importantes (salário e benefícios), mas não são as únicas a garantir a saúde do clima organizacional nas empresas. Cabe também as lideranças a tarefa de identificar possíveis conflitos e saná-los com coerência e discernimento, sem causar dissabores ou alimentando mais o desconforto em problemas de relacionamento.
A gentileza não é prioridade no cotidiano das pessoas pois a rotina e intensidade das atividades não permitem isso. Por exemplo, um profissional precisa estar atento as suas tarefas diárias além de resolver imprevistos, problemas e uma série de coisas não programadas. Sendo assim, “acha” que não tem tempo suficiente para atender a uma ligação cordialmente, agradecer por um favor prestado ou, simplesmente, elogiar o trabalho de algum colega. Essa escassez de gentileza não existe somente nas empresas. Muitas vezes somos hostis em casa, com nossa família e amigos. A rotina de pais, mães e filhos também é muito sobrecarregada, em especial para aqueles que se dividem entre casa X trabalho e seus revezes frequentes.
É comum as pessoas esperarem que as outras tomem a iniciativa ou deem o primeiro passo para praticar a gentileza no trabalho. Porém, o que muitos não sabem, é que ser gentil – em primeiro lugar – é uma ação individual e que, após sua disseminação, torna-se coletiva. Muitos alegam ter cansado de serem gentis, pois nunca recebiam nada em troca ou eram chamados de “bobos” ou queriam “aparecer”. Hábitos gentis geram mais cordialidade, humanização, relacionamentos saudáveis, harmonia e são sempre despretensiosos. Engana-se quem pensa em retribuição imediata, pois a gentileza é despretensiosa e não espera nada em troca.
A gentileza é um conjunto de predicados e valores que se juntam e transformam nossas vidas. Posso afirmar que os mais importantes são aqueles que nos fazem pessoas melhores; num elenco cito a solidariedade, respeito, tolerância, confiança, amor próprio, saber ouvir, bom humor, etc. como fundamentais para a saúde mental, espiritual e material. Quando somos gentis, abrimos portas para o mundo de forma que o “peso” que carregamos fique mais leve. Esse conceito de gentileza abrange uma série de atitudes e ações que nos remetem a reflexão sobre o que podemos melhorar dentro e fora do nosso “quadrado”, e isso vale para nossa vida pessoal e profissional!
Hoje os profissionais buscam satisfação e querem encontrar no trabalho um ambiente favorável e humanizado. Ter paz para desempenhar suas tarefas é condição indispensável para o bom relacionamento interpessoal e a gentileza, claro, é uma ferramenta estratégica para isso.
Se preocupar com valores (muitos já esquecidos) como o respeito, tolerância, paciência e solidariedade e aplicá-los na liderança favorece o exercício de uma gestão e facilitam o entrosamento entre equipes. Afinal de contas, a plenitude pessoal está diretamente ligada à plenitude profissional.
Existe uma relação muito estreita entre a felicidade e atos gentis. Quando praticamos algum tipo de gentileza, liberamos no cérebro a serotonina, hormônio responsável pelo bem estar. Sempre digo nas minhas palestras que o melhor remédio para a depressão é a caridade – valor tão escasso na nossa sociedade. Ao praticar o bem, literalmente “detonamos” o pessimismo e contribuímos para um mundo melhor. O ideal é não se preocupar com algum tipo de retorno, pois muitas pessoas se queixam que são gentis, mas ficam chateadas por não serem gratificadas de imediato. Isso não importa mesmo! A gentileza é desprovida de egocentrismo e a recompensa vem do mundo e da alma. Existe coisa melhor que isso?
Bobos são aqueles que ainda não descobriram o potencial que as pessoas gentis têm. Essa ideia de “esperteza” é bem característica dos brasileiros, pois acreditam que sempre existe alguém que vai “passar a perna” e que o mundo é dos “espertos”.
É muito comum nas empresas a formação de grupos afins – principalmente na hora do cafezinho – onde podem se atualizar sobre as últimas “fofocas”. Se as pessoas podem ser “contaminadas” e alastrar o mal estar pelos corredores, o caminho de volta também pode ser percorrido. Eu garanto: basta uma pessoa gentil no trabalho e consciente de seu papel para que aconteça uma transformação.  Somente uma pessoa pode multiplicar os efeitos benéficos e realmente duradouros da gentileza. Os efeitos disso serão perceptíveis num breve espaço de tempo e, quem sairá ganhando? A resposta é simples: você, sua equipe, sua empresa e a sociedade.


Luiz Gabriel Tiago *
Sr. Gentileza | www.srgentileza.com.br | fb.com/sr.gentileza

* Escritor, palestrante e especialista em Gentileza Corporativa, Sr. Gentileza - como é conhecido esse fluminense de Niterói - decidiu se aprofundar nesse tema após sua pesquisa de Mestrado em Educação no Trabalho com base em valores humanos, norteada por predicados que foram esquecidos ou deixados de lado no dia a dia profissional.
Dessa forma, tornou-se conhecido pela forma espontânea e muito própria que desenvolve suas apresentações – conscientizando a todos sobre a importância de atos gentis quando aplicados à rotina corporativa e à vida pessoal.
A repercussão desse tema foi inevitável, projetando Sr. Gentileza e tornando-o um dos palestrantes mais requisitados do últimos anos.
Em 2013 mais de 15.000 pessoas assistiram ou participaram de palestras e workshops com Luiz Gabriel – de Norte a Sul do Brasil, provocando uma mudança no comportamento e reflexão sobre o papel de cada um nas empresas e na sociedade.

 

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