Texto: Método Gentileza no Trabalho - do Brasil para o mundo * Por Luiz Gabriel Tiago.



Grande parte dos profissionais de hoje trabalham sobrecarregados e têm uma rotina muito intensa. Precisam se preocupar com horários, reuniões, imprevistos, resultados e metas. Diante desse cenário competitivo, perderam a suavidade e leveza, (importantes para uma vida saudável) deixando de lado alguns valores importantes. Ser gentil não é prioridade de ninguém mas sentem falta de bons tratos, de relações interpessoais cordiais, de um clima organizacional humanizado e de paz. A gentileza é um predicado que reúne todos esses itens e ainda causa bem estar a todos.

Por ter feito parte desse grupo de pessoas, viver exausto e cansado de opressão, busquei ajuda no estudo da Educação – que é fundamental em todos os níveis – desde a formação de indivíduos na escola à capacitação de adultos no ambiente de trabalho. A gentileza foi a ilustração que mais se adequou à nossa realidade brasileira, já que carecemos dela e, ao mesmo tempo, não agimos em prol da sua prática.

O tema ilustrou minhas pesquisas acadêmicas que sempre focaram na educação de adultos em ambientes corporativos. Acredito que muitos valores apreendidos em casa ou na escola são colocados à margem quando os jovens ingressam no mercado de trabalho, pois ou se corrompem pela competição desenfreada, problemas e convívio com os demais ou não os têm, pois os pais terceirizaram sua criação ou também não os receberam (os valores).

A teoria não teria validade nenhuma se não estive formatada através de um método, que foi desenvolvido e compartilhado com empresas de vários países. Quando cheguei a um resultado final (2009), ou seja, com técnicas e estratégias consistentes que pudessem ser aplicadas in loco, fundei a Pontinho de Luz (2010), a única consultoria da América Latina especializada em treinamentos e responsabilidade social especializada no tema (gentileza). A gentileza deve ser acessível a todos, pois possui dentro dela a multiplicidade, generosidade e gratidão. Atuamos em qualquer área e em grupos de qualquer porte. Não importa o tamanho da empresa; adaptamos e ajustamos nossos programas à realidade do contratante e somos um dos poucos a entregar essa ferramenta no mundo inteiro.

A proposta inicial era dividir esse conhecimento, ou seja, mostrar a todas as empresas que é possível gerar resultados através da prática da gentileza. Por ter sido “esquecida na prateleira”, as pessoas simplesmente se toleram e fingem que convivem bem umas com as outras. Apesar de todo o empenho dos Gestores, em especial os de Recursos Humanos, esbarramos num gargalo que é o relacionamento interpessoal. Muitos investem em programas de treinamentos mas sem sucesso, pois não tratam o problema em sua origem, ou da forma que realmente deveria ser.

A educação do Brasil sempre sofreu por causa da falta de investimentos do governo, não somente na qualidade do ensino e infraestrutura adequados, mas também, na cultura doméstica de incentivar os pais a estimular os filhos ao hábito da leitura e dedicação aos estudos. Podemos constatar isso na hora de comprar um presente de aniversário ou Natal, por exemplo. Quem tem o hábito de comprar livros ou levar as crianças para passear numa livraria?

Independentemente dessas variáveis, a sociedade deposita toda a responsabilidade da educação na escola e professores, isentando a família de qualquer compromisso com ela – não sendo, de fato, o ideal para termos um sistema de educação básica com solidez e que capacite os futuros adultos em valores humanos e habilidade intelecto-emocionais (fazendo falta no ambiente profissional).

Esse método foi desenvolvido para que a gentileza pudesse ser aplicada nas empresas de forma consistente, trazendo satisfação profissional e melhorando os resultados. Isso é possível quando cada indivíduo se reconhece como parte integrante de um “todo” corporativo. Perguntas como “- Qual o meu papel no mundo e na empresa?”, “- Estou na posição ideal?”, “- Quais são meus valores e da minha equipe?” são feitas para que haja a reflexão e identificação de coisas importantes e indispensáveis ao engajamento de todos.

Essa metodologia, quando implantada nas empresas, promove o bom relacionamento entre os colaboradores, minimiza a concorrência interna e, claro, alavanca os resultados; sua eficácia é garantida e nos últimos anos recebeu 07 prêmios nacionais, 01 internacional e várias menções honrosas.

O método é exclusivo e foi preparado com base em pesquisas acadêmicas e de mercado (sobre a realidade corporativa em relação a valores humanos e habilidades emocionais). Além disso, tive um mestre que contribuiu e muito para o desenvolvimento desse trabalho. O falecido José Datrino (Profeta Gentileza – 1917-1996) escreveu 56 poemas embaixo de um viaduto no Rio de Janeiro sobre a Gentileza e sua importância para a sociedade. Foi incansável nessa causa e por quase 40 anos defendeu a prática gentil na capital fluminense, através de seus discursos e palavras pintadas em murais.


Outra multiplicadora desse tema foi a falecida Imã Dulce (Anjo Bom da Bahia - 1914-1992) que acreditou e defendeu a prática do bem ao próximo, em especial aos pobres e menos favorecidos. Foram décadas dedicadas à vida religiosa que sempre foi impregnada de solidariedade e preocupação com as desvalias alheias.

Pra mim esses dois seres humanos ímpares são - o “pai” e a “mãe” da Gentileza brasileira- pois transformaram parte da nossa sociedade através da solidariedade e incentivo à prática simples e despretensiosa do amor.  Digo em minhas palestras que o melhor remédio para a desmotivação é a solidariedade – valor tão escasso no mundo. Ao praticar o bem, literalmente “detonamos” o pessimismo e contribuímos para um mundo melhor. O ideal é não se preocupar com algum tipo de retorno, pois muitas pessoas se queixam que são gentis, mas ficam chateadas por não serem gratificadas de imediato. Isso não importa mesmo! A gentileza é desprovida de egocentrismo e a recompensa vem do universo.

É com base nesses exemplos que nossa metodologia foi desenvolvida e é aplicada nas empresas. Ser gentil com as pessoas deve fazer parte da nossa rotina e não há motivos para isso não acontecer. Justificativas e desculpas como falta de tempo e trabalho inesgotável são tombados quando as pessoas enxergam a si mesmos e descobrem que há muitas coisas boas dentro delas. Gentileza é uma questão de querer praticar e querer receber.

Diante da implantação de um programa de Gentileza Corporativa, os colaboradores são envolvidos numa metodologia eficaz e que os conscientiza de que não precisam esperar alguém tomar a iniciativa em ser mais compassivos e solidários.

Luiz Gabriel Tiago - Sr. Gentileza
Palestrante, Trainer, Empresário e Escritor
Brasileiro indicado ao Prêmio Nobel da Paz 2018
assessoria@srgentileza.com.br

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